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Autor: José Carlos Sauer
José Carlos Sauer é formado em Filosofia pela PUC-RS, pesquisador em comportamento político, consultor estratégico, analista de dados e diretor do Instituto Methodus. Com mais de 25 anos de experiência no cenário eleitoral brasileiro, destaca-se na análise de tendências e no uso inteligente de dados para estratégias competitivas eficazes.
Os resultados da pesquisa Vozes da Classe Média, que investigou os impactos das cheias de maio de 2024 na vida e na política do Rio Grande do Sul, revelam a profundidade da crise de confiança dos gaúchos nas instituições diretamente envolvidas no processo de reconstrução.
Nossa nova pesquisa, Vozes da Classe Média, investigou as Cheias de Maio de 2024 a partir de quatro dimensões, o impacto das cheias na vida dos gaúchos, a confiança depositada nas instituições, os efeitos emocionais decorrentes dos traumas e as perspectivas sobre o futuro, revelando que as consequências daquela tragédia seguem presentes em nossas vidas.
Em 2022, o campo conservador atingiu uma hegemonia numérica inédita: partidos de direita e extrema-direita somaram juntos mais de 21 milhões de votos nominais, o equivalente à maioria absoluta dos votos válidos da região.
Nas últimas três eleições legislativas, o Nordeste brasileiro reafirmou seu papel como o principal reduto da esquerda no país.
A trajetória ideológica da Região Sul do Brasil entre 2014 e 2022 expõe um reposicionamento marcante do eleitorado rumo à direita do espectro político.
O ciclo iniciado com disputas equilibradas entre centro, esquerda e direita culmina, oito anos depois, na supremacia de um campo conservador amplamente dominante.
A dinâmica ideológica nas eleições para o Senado na região Centro-Oeste brasileira sofreu transformações significativas entre os anos de 2018 e 2022, refletindo uma crescente polarização política.
Para a maioria dos entrevistados que já participaram da pesquisa sobre as Cheias de Maio, revela-se um estado coletivo de frustração diante da lentidão das respostas institucionais e da sensação de abandono.
No último ano, enfrentamos no Rio Grande do Sul eventos climáticos extremos que marcaram profundamente nossas vidas. As cheias de mais de 2024, deixaram não apenas prejuízos materiais, mas também emocionais e sociais.
O tempo passou. Multiplicaram-se as promessas, as propagandas e as tentativas de importar soluções de fora, como dos Países Baixos. Reedições de velhos discursos se sucederam, sustentadas por uma fé quase cega no futuro. Afinal, somos grandes. Somos fortes. Mas até quando só isso basta?