No Instituto Methodus, nossas investigações são contínuas: buscamos compreender de forma permanente o impacto dos acontecimentos políticos e sociais na vida nacional e como eles moldam o comportamento do eleitor brasileiro.
Não poderia ser diferente no caso do julgamento de Jair Bolsonaro, que se consolidou como um dos eventos políticos mais acompanhados de 2025. Dados do Painel Vozes da Classe Média indicam que quase 90% dos gaúchos estão atentos ao processo, seja acompanhando integralmente, parcialmente ou apenas aguardando o resultado.

Essa mobilização revela não apenas a centralidade do tema no debate público, mas também a capacidade do sistema judicial de se transformar em arena de disputa simbólica da eleição de 2026.
Mais do que interesse, observa-se entre os eleitores gaúchos um elevado nível de informação.

Mais de 90% dos entrevistados afirmam conhecer bem as acusações, o que demonstra que a narrativa em torno do ex-presidente já está consolidada no espaço público. Esse dado é relevante porque reduz a margem para interpretações divergentes: a opinião pública já internalizou versões e significados sobre o julgamento e tende a utilizá-los como referência na decisão de voto em 2026 — de maneira semelhante ao que ocorreu em 2018, quando a prisão de Lula condicionou o cenário eleitoral e produziu efeitos análogos aos que se desenham hoje.
Contudo, quando o tema é imparcialidade, emergem as marcas da polarização.

Se por um lado 65,4% acreditam na condução justa do processo, por outro 31,9% o consideram parcial. Trata-se de uma fissura expressiva: não é apenas sobre Bolsonaro, mas sobre a confiança nas instituições democráticas. Nesse ponto, o julgamento deixa de ser apenas jurídico e passa a ser também um termômetro da credibilidade do sistema político e judicial perante a sociedade.
Outro aspecto fundamental é a projeção para 2026.

Três em cada quatro entrevistados (79,2%) já dão como certa a impossibilidade de Bolsonaro concorrer, enquanto 9,8% consideram possível sua candidatura, mas sem convicção, e 9,8% acreditam firmemente que ele estará na disputa.
Esses três segmentos projetam diferentes comportamentos eleitorais: o grupo majoritário tende a antecipar a busca por alternativas; os que mantêm dúvidas funcionam como um eleitorado em suspensão, suscetível à evolução do processo judicial; já os convictos da candidatura expressam um núcleo duro de apoio, resistente às evidências institucionais e propenso a reforçar a narrativa de perseguição política.
Assim, as diferentes percepções sobre a inelegibilidade reconfiguram o horizonte eleitoral, redesenhando as estratégias de disputa e de mobilização para 2026. Após a conclusão do julgamento, o período que antecede as próximas eleições, ingressa em um momento no qual as regras do jogo ainda estão sendo escritas e a sucessão presidencial deixara de se restringir à lógica da polarização, abrindo espaço para novas possibilidades de disputa.
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José Carlos Sauer – Diretor do Instituto Methodus, especialista em comportamento político e graduado em Filosofia Política. Há mais de 25 anos atende disputas eleitorais, conduzindo pesquisas de opinião, interpretação de dados e análises, além do direcionamento estratégico para campanhas.
Ouça a entrevista na Rádio Gazeta – Análise sobre os resultados da pesquisa – Vozes da Classe Média
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Pesquisa Vozes da Classe Média – Metodologia
A pesquisa foi realizada com 700 entrevistas digitais, aplicadas por meio de plataformas acessadas via smartphones, tablets e computadores. O recrutamento dos respondentes ocorreu de forma orgânica e dirigida, durante a navegação cotidiana em ambientes digitais.
A amostra foi calibrada com base nas variáveis sexo, idade, escolaridade, renda e região, assegurando a representatividade do eleitorado gaúcho. A margem de erro é de ±4 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
O público-alvo da pesquisa é composto por eleitores com ensino médio ou superior completos, mais de 35 anos e inserção ativa no mercado de trabalho. Esse grupo representa aproximadamente 40% do eleitorado do Rio Grande do Sul e é especialmente sensível às variações econômicas e à efetividade das políticas públicas, sobretudo nas áreas de segurança, emprego, educação e desenvolvimento regional.
A pesquisa utilizou a Methodus ID – Inteligência Digital, metodologia exclusiva do Instituto Methodus para coleta, calibração e análise de dados via plataformas digitais, com foco em representatividade eleitoral.