Browsing: comportamento político

Os partidos políticos desempenham papel central na democracia representativa, atuando como mediadores entre sociedade civil e instituições estatais. Organizam candidaturas, articulam demandas e conferem legitimidade ao sistema político. No entanto, a análise exclusiva realizada pelo instituto Methodus, que utiliza como fonte de pesquisa dados secundários levantados pelo TSE, que detalha a evolução da filiação partidária no Brasil nos últimos dez anos revela um dado preocupante: enquanto o número de eleitores cresceu de forma contínua, a base de filiados permaneceu estagnada.

O ciclo eleitoral brasileiro entre 2014 e 2022 revela um processo sistemático de realinhamento ideológico que transformou a paisagem política do país. Fundamentado em uma sólida análise de comportamento político, este estudo investiga como se deu a redistribuição do voto entre os campos progressista, conservador e de centro ao longo de três eleições consecutivas, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (T.S.E.) e em critérios classificatórios consolidados na literatura da Ciência Política.

As categorias “esquerda” e “direita” surgiram entre os dias 28 de agosto e 11 de setembro de 1789, durante a Revolução Francesa, quando passou-se a denominar como “esquerda” e “direita” posições políticas opostas. Esses termos surgiram circunstancialmente, posicionando de um lado aqueles favoráveis ao direito de veto do rei, e de outro, aqueles que eram contrários (Tavares, 2024). Esse embate nos acompanha desde então; inevitavelmente, toda tomada de posição política está inserida, direta ou indiretamente, em algum ponto deste espectro.

A partir de 2018, com a realização da primeira eleição verdadeiramente polarizada no Brasil, observamos mudanças profundas no comportamento do eleitor. A partir desse momento, os brasileiros passaram a expressar sua posição ideológica de forma mais contundente, elevando a temperatura da disputa e acentuando a divisão do país entre “nós” e “eles”.

Dado o papel fundamental do voto no desenvolvimento da história democrática, torna-se essencial aprofundar a análise do conceito de Desalento Eleitoral. Os eleitores desalentados são aqueles que, devido à frustração, desilusão ou apatia, optam por não participar dos processos eleitorais. Este grupo pode incluir cidadãos que sentem que sua voz não é ouvida, que os candidatos e partidos disponíveis não representam seus interesses ou que o sistema é inerentemente corrupto ou ineficaz.

O conflito e a cooperação surgem da escassez de recursos, como observado no Rio Grande do Sul durante as cheias de maio. A crise resultante da rápida invasão das águas gerou uma crise de legitimidade política, levando a população a cooperar independentemente das instituições públicas. Esse cenário impacta as próximas eleições municipais, com a confiança na liderança local em questão. Nossa pesquisa revelou que a decisão de voto foi significativamente afetada pela confiança na capacidade de reconstrução: 38,9% dos que confiam, 56,6% dos que confiam pouco e 77,4% dos que não confiam. A crise de legitimidade e a desconfiança moldarão o cenário eleitoral, exigindo propostas claras e comprometimento dos políticos para reconquistar a confiança dos eleitores.