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A partir de 2018, com a realização da primeira eleição verdadeiramente polarizada no Brasil, observamos mudanças profundas no comportamento do eleitor. A partir desse momento, os brasileiros passaram a expressar sua posição ideológica de forma mais contundente, elevando a temperatura da disputa e acentuando a divisão do país entre “nós” e “eles”.
A região Sul do Brasil, formada pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é reconhecida pela diversidade de seu comportamento político e pela solidez de sua tradição eleitoral. A análise dos rankings partidários de 2014, 2018 e 2022, com base na soma dos votos válidos obtidos por cada partido para as disputas de deputado estadual e federal, incluindo eleitos e não eleitos, revela transformações significativas no perfil ideológico e na distribuição do poder político na região.
Para a maioria dos entrevistados que já participaram da pesquisa sobre as Cheias de Maio, revela-se um estado coletivo de frustração diante da lentidão das respostas institucionais e da sensação de abandono.
No último ano, enfrentamos no Rio Grande do Sul eventos climáticos extremos que marcaram profundamente nossas vidas. As cheias de mais de 2024, deixaram não apenas prejuízos materiais, mas também emocionais e sociais.
O tempo passou. Multiplicaram-se as promessas, as propagandas e as tentativas de importar soluções de fora, como dos Países Baixos. Reedições de velhos discursos se sucederam, sustentadas por uma fé quase cega no futuro. Afinal, somos grandes. Somos fortes. Mas até quando só isso basta?
Ao investigar os atributos desejados em um futuro governador, evidencia-se uma dissonância entre o perfil idealizado pelos eleitores e as preferências expressas no Mercado Político.
Os resultados a seguir demonstram as chances de voto atribuídas a cada pré-candidato avaliado, reforçando a percepção já destacada no artigo O Vácuo da Direita e do Centro no Rio Grande do Sul: o Estado passa por um processo de realinhamento político, marcado pela ascensão de novas forças no campo da direita, pelo fortalecimento de lideranças à esquerda e pela perda de competitividade dos partidos tradicionais.
Os resultados apresentados a seguir devem ser interpretados considerando o perfil dos eleitores entrevistados nesta pesquisa. É importante relembrar que estamos tratando de uma parcela significativa do eleitorado do Rio Grande do Sul, cerca de 40%, composta por pessoas com ensino médio ou superior (40,7% – fonte T.S.E.), com mais de 35 anos e em situação de atividade econômica, identificados com a classe média do RS.
“Ao silenciar o debate, silenciamos a crítica” me contou um entrevistado sobre sua visão política do momento que vivemos – Segundo ele, o debate no grupo familiar, com amigos e conhecidos se tornou um campo minado, abrindo espaço para narrativas que tentam nos convencer de que tudo está melhor do realmente está.
Como nos ensina Downs (1957), a identificação partidária funciona como um atalho cognitivo: ela reduz os custos de processamento de informação para o eleitor, conferindo estabilidade ao sistema partidário. Entender o comportamento dos filiados, portanto, é também compreender as bases de sustentação dos partidos para disputas eleitorais futuras.