Sustentei na divulgação anterior que partidos e políticos no Brasil não costumam orientar suas estratégias utilizando dados. Prevalecem em suas decisões políticas as convicções e crenças que os acompanham historicamente. Portanto, é natural que surja desconforto diante de resultados científicos que não vão ao encontro de suas certezas.
Será que isso significa que tudo é relativo? Que não podemos fazer nada ou um convite para que possamos olhar a situação de outra maneira?
“Claro que faz parte da arte política intuir um estado de opinião do eleitorado, antecipar-se e corresponder às suas expectativas, mas isso não basta para definir, com suficiência, uma política bem-sucedida, já que nesse caso o seu melhor exemplo seria o populista com menos escrúpulos. O sucesso na política e o sucesso político não são necessariamente idênticos. – Daniel Innerarity – Política em tempos de indignação”.
Como nos ensina Innerarity, as avaliações potencialmente duradouras exigem certo distanciamento e aquilo que parece ser um êxito visto de perto pode ser um fracasso contemplado a partir de longe.
O convido a conhecer os resultados que estamos divulgando para ampliar seu conhecimento sobre o tema e, lembre-se, estamos distantes da eleição, para os poucos que compreendem a disputa política no seu tempo toda dificuldade pode ser uma oportunidade!
Esqueça esta conversa de que pesquisas eleitorais são um retrato do momento. É possível acumular conhecimento investigando o ambiente político com serenidade e de preferência com o auxílio de especialistas que saibam interpretar dados desprovidos de paixões.
Iniciamos pela apresentação da simulação espontânea, mas primeiro vou explicar o seu significado e como podemos interpretá-la.
O eleitor ao ser entrevistado não sabe o que será perguntado. Esta condição nos oferece a oportunidade de registrar sua resposta mais autêntica. Por isso, em pesquisas bem planejadas e que não influenciam o eleitor em suas respostas, a pergunta – Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria para prefeito? é apresentada como a primeira opção.
De todas as simulações, esta é a de maior importância, pois revela a resposta com a maior carga de sinceridade que os entrevistados podem oferecer.
Vejamos o que responderam: