A televisão tem tido uma grande influência na vida do povo brasileiro desde que foi introduzida no país na década de 1950. Ela se tornou uma das principais fontes de entretenimento e informação para a população, e tem sido responsável por moldar a cultura e os valores dos brasileiros ao longo das últimas décadas.
Uma das principais formas de influência da televisão é através da transmissão de programas de entretenimento e novelas. Esses programas muitas vezes retratam situações e personagens que são facilmente identificáveis com a vida cotidiana dos telespectadores, e acabam se tornando modelos de comportamento e referências culturais. Além disso, a televisão também tem o poder de difundir modas e tendências, influenciando o modo como as pessoas se vestem e se comportam.
A televisão também é uma fonte importante de informação, e pode influenciar a forma como as pessoas veem o mundo e se posicionam em relação a questões políticas e sociais. As emissoras de televisão muitas vezes são responsáveis por definir a agenda de notícias e por moldar a opinião pública sobre determinados assuntos.
A abrangência da televisão no Brasil é alta, e existem dados analíticos que podem ilustrar essa realidade: de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021, 95,5% dos domicílios brasileiros tinham pelo menos um aparelho de televisão[1]. Neste cenário, podemos observar que a televisão ainda permanece como a principal forma de divulgação de notícias, embora esteja gradativamente perdendo sua liderança para as mídias sociais.
O propósito desta análise será explorar o nível de envolvimento ou interesse que o brasileiro tem entre a televisão e as notícias. Ou seja, busca-se entender como as pessoas se relacionam com a televisão como meio de informação e como isso afeta seu comportamento em relação às notícias. Esse estudo pode ajudar a compreender se as pessoas se identificam mais com os jornalistas individualmente ou com as marcas de notícias, e como isso pode influenciar na escolha das fontes de informação. Para fazer isso, utilizaremos uma pesquisa realizada pelo “Reuters Institute”[1] que buscou identificar os principais canais de TV que a população acompanha para se informar semanalmente.
Podemos ver como a TV Globo e a Record TV são as mais usadas como fonte de informação semanal. Apesar disso, podemos observar no próximo gráfico como os brasileiros têm se informado desde 2013 colocando na comparação o uso de Internet e o uso da Televisão.
Embora esteja presente em 95,5% dos domicílios brasileiros, a televisão vem perdendo audiência em detrimento do uso da internet e das mídias sociais. É possível observar uma queda de 20% desde 2013 até 2022, de acordo com o gráfico apresentado[1].
Este ano, o Instituto Methodus realizou uma pesquisa sobre comportamento político e, dentre as várias questões abordadas, perguntou qual era o nível de confiança da população de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, em relação às notícias veiculadas pela televisão.
Fica evidente que mais da metade da população tem pouca confiança nas notícias veiculadas na televisão, enquanto o restante da população confia razoável ou bastante.
De fato, a constatação de que uma parcela considerável da população brasileira confia pouco nas informações veiculadas pelos canais de TV, apesar da presença quase universal da televisão nos lares, traz à tona questões importantes sobre a qualidade da informação transmitida pelos meios de comunicação de massa.
É necessário que se reflita sobre os motivos que levam as pessoas a duvidarem das informações transmitidas pela TV, bem como sobre a forma como a mídia pode melhorar a qualidade e a transparência das informações que veicula.
Além disso, é importante ressaltar que, observamos a queda na confiança da população no meio televisivo, apesar de seguir sendo amplamente utilizado como fonte de informação, principalmente por pessoas mais velhas e com menor acesso às tecnologias digitais.
Portanto, é fundamental que se busque uma forma de oferecer informação de qualidade e confiável, atendendo às demandas e necessidades da população em geral, independentemente da plataforma utilizada para transmitir a informação.
Alessandro Rizza é Italiano, mora no Brasil. Graduado em Filosofia pela Universitá degli Studi di Catania, na Itália. Mestre em Filosofia pela University College of Dublin, na Irlanda. Atualmente, é pesquisador em comportamento político e analista de pesquisas do Instituto Methodus.
[1] Ivi, Pag. 117
[1] “Reuters Institute – Digital News Report 2022”, Reuters Institute, acessado em 12 de Abril de 2023, //reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/sites/default/files/2022-06/Digital_News-Report_2022.pdf, Pag. 117
[1] Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): disponível em //agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/34954-internet-ja-e-acessivel-em-90-0-dos-domicilios-do-pais-em-2021