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A região Sul do Brasil, formada pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é reconhecida pela diversidade de seu comportamento político e pela solidez de sua tradição eleitoral. A análise dos rankings partidários de 2014, 2018 e 2022, com base na soma dos votos válidos obtidos por cada partido para as disputas de deputado estadual e federal, incluindo eleitos e não eleitos, revela transformações significativas no perfil ideológico e na distribuição do poder político na região.

Os resultados a seguir demonstram as chances de voto atribuídas a cada pré-candidato avaliado, reforçando a percepção já destacada no artigo O Vácuo da Direita e do Centro no Rio Grande do Sul: o Estado passa por um processo de realinhamento político, marcado pela ascensão de novas forças no campo da direita, pelo fortalecimento de lideranças à esquerda e pela perda de competitividade dos partidos tradicionais.

Os resultados apresentados a seguir devem ser interpretados considerando o perfil dos eleitores entrevistados nesta pesquisa. É importante relembrar que estamos tratando de uma parcela significativa do eleitorado do Rio Grande do Sul, cerca de 40%, composta por pessoas com ensino médio ou superior (40,7% – fonte T.S.E.), com mais de 35 anos e em situação de atividade econômica, identificados com a classe média do RS.

A eleição para o governo do Rio Grande do Sul em 2022 revelou um comportamento ideológico complexo, marcado pela disputa entre três polos principais: a direita, o centro e a esquerda. Neste artigo, investigo especificamente o desempenho territorial da Direita e do Centro na disputa estadual, examinando a ocupação territorial das forças políticas

Os partidos políticos desempenham papel central na democracia representativa, atuando como mediadores entre sociedade civil e instituições estatais. Organizam candidaturas, articulam demandas e conferem legitimidade ao sistema político. No entanto, a análise exclusiva realizada pelo instituto Methodus, que utiliza como fonte de pesquisa dados secundários levantados pelo TSE, que detalha a evolução da filiação partidária no Brasil nos últimos dez anos revela um dado preocupante: enquanto o número de eleitores cresceu de forma contínua, a base de filiados permaneceu estagnada.

O ciclo eleitoral brasileiro entre 2014 e 2022 revela um processo sistemático de realinhamento ideológico que transformou a paisagem política do país. Fundamentado em uma sólida análise de comportamento político, este estudo investiga como se deu a redistribuição do voto entre os campos progressista, conservador e de centro ao longo de três eleições consecutivas, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (T.S.E.) e em critérios classificatórios consolidados na literatura da Ciência Política.

As categorias “esquerda” e “direita” surgiram entre os dias 28 de agosto e 11 de setembro de 1789, durante a Revolução Francesa, quando passou-se a denominar como “esquerda” e “direita” posições políticas opostas. Esses termos surgiram circunstancialmente, posicionando de um lado aqueles favoráveis ao direito de veto do rei, e de outro, aqueles que eram contrários (Tavares, 2024). Esse embate nos acompanha desde então; inevitavelmente, toda tomada de posição política está inserida, direta ou indiretamente, em algum ponto deste espectro.