Os eleitores de Sebastião Melo – MDB, rejeitam prioritariamente as candidatas do PSOL, PT e PCdoB, da mesma maneira os eleitores que optaram pelos partidos de oposição, em maioria rejeitam Melo.
Os índices de rejeição, obtidos por todos os candidatos, não impedem a sua participação em uma futura disputa eleitoral. Em grande parte, assim como na simulação espontânea, a rejeição se dá por diversos motivos como desconhecimento da cidade, reconhecimento da falta de vocação para governar, desconhecimento do candidato, desinteresse ou frustação.
Estes resultados podem ser interpretados de diversas maneiras e, em caso de disputa, é valioso que os candidatos conheçam as motivações da rejeição ao seu nome. Somente com a aproximação da disputa eleitoral, quando pré-candidatos serão lançados, será possível conhecer os percentuais de rejeição que realmente afastam as chances de sucesso na disputa eleitoral.
Análises históricas nos ensinam muito sobre acontecimentos políticos e a história da próxima eleição já está sendo escrita, preenchida por emoções que põe em marcha sentimentos coletivos como esperança, confiança, aprovação e orgulho.
Não encontramos, neste momento, justificativas plausíveis para mudança, porém a política tem a sua dinâmica e somos sabedores que o tempo a ser percorrido até as eleições de 2024, se bem ocupado por partidos, dirigentes e candidatos modificará consideravelmente os resultados que encontramos hoje.
Ao relembrar os resultados de pesquisas eleitorais realizadas pelo Instituto Methodus em dezembro de 2019, é possível comparar resultados quando observamos a história política a partir de nosso tempo.
Naquele ano, o Prefeito do PSDB, que chegava ao fim de seu mandato, detinha uma reprovação recorde chegando à casa dos 78%, no mesmo período, a maioria dos entrevistados considerava Olívio Dutra-PT como o melhor prefeito dos últimos 16 anos na capital.
Sentíamos os reflexos da eleição presidencial de 2018 quando 436.643 eleitores porto-alegrenses deram a Jair Bolsonaro a vitória naquele segundo turno. Em contrapartida, a liberdade de Lula no dia 8 de novembro de 2019, reascendeu a esperança da esquerda, amplificando a polarização nacional que iria ingressar nas disputas municipais de 2020 por todo o Brasil. Manuela-PCdoB, que havia disputado a eleição nacional como vice de Fernando Haddad-PT e com a anuência do ex-presidente Lula, torna-se candidata a Prefeita de Porto Alegre.
Ainda em 2019, 42% dos eleitores não tinham preferência por nenhum partido político e ter experiência para administrar (73%) e conhecer os problemas da cidade (68%) eram os atributos preferenciais que desejam encontrar em um(a) candidato(a) a prefeito(a) de Porto Alegre.
Em dezembro de 2019, pesquisas do Instituto Methodus registravam Manuela com 28% das intenções de voto, contra 14% de Sebastião Melo e 11% de Juliana Brizola.
Observe, encontrávamos em 2019 o mesmo percentual que encontramos hoje para Manuela, 27%. Da mesma maneira, 74% dos eleitores não sabiam em quem votar na menção espontânea e 26% nos diziam que tinham pouca chance de votar em Sebastião Melo, mesmo percentual que o prefeito detém hoje na sua rejeição, 27%.
No segundo turno da eleição de 2020, quatrocentos e quatro mil (404.000) eleitores desalentados não destinaram o voto a nenhum dos candidato(a)s a prefeito(a), selando o destino da candidata do PCdoB e ajudando a eleger o prefeito com a menor votação na história dos últimos 20 anos na Capital.
Encerro as divulgações das simulações eleitorais, com a certeza de que muito está por vir e que os próximos meses serão intensos, tanto em negociações políticas quanto na escolha dos candidatos que representarão as diversas matizes políticas da próxima eleição municipal em Porto Alegre.
Obrigado e até a próxima!