Autor: José Carlos Sauer

José Carlos Sauer é formado em Filosofia pela PUC-RS, pesquisador especializado em comportamento político, consultor estratégico, analista de dados e diretor do Instituto Methodus. Com mais de 25 anos de experiência no cenário eleitoral brasileiro, consolidou seu conhecimento sobre dinâmica do comportamento eleitoral, análise de tendências e desenvolvimento de estratégias políticas eficazes. Sua atuação se destaca na transformação de dados em inteligência aplicada, otimizando campanhas e decisões dentro de ambientes políticos altamente competitivos.

A partir de 2018, com a realização da primeira eleição verdadeiramente polarizada no Brasil, observamos mudanças profundas no comportamento do eleitor. A partir desse momento, os brasileiros passaram a expressar sua posição ideológica de forma mais contundente, elevando a temperatura da disputa e acentuando a divisão do país entre “nós” e “eles”.

A eleição para governador do Rio Grande do Sul em 2026 será marcada por um realinhamento das forças partidárias no estado. Com a ausência de Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), a disputa será protagonizada por partidos que já demonstraram competitividade em pleitos recentes. A análise dos resultados eleitorais de 2018 e 2022 sugere que PT, PL, Republicanos, PSDB e MDB estarão no centro da corrida pelo Palácio Piratini.

Dado o papel fundamental do voto no desenvolvimento da história democrática, torna-se essencial aprofundar a análise do conceito de Desalento Eleitoral. Os eleitores desalentados são aqueles que, devido à frustração, desilusão ou apatia, optam por não participar dos processos eleitorais. Este grupo pode incluir cidadãos que sentem que sua voz não é ouvida, que os candidatos e partidos disponíveis não representam seus interesses ou que o sistema é inerentemente corrupto ou ineficaz.

Pesquisa Eleitoral em Porto Alegre – RS, realizada com 800 entrevistas pessoais. Margem de erro de 3,5 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
A pesquisa foi realizada com exclusividade pelo Instituto Methodus e divulgada em parceria com o Jornal Correio do Povo.
Os resultados são inéditos e revelam o desempenho dos candidatos no início da campanha eleitoral em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

O texto aborda as polêmicas em torno das pesquisas eleitorais durante períodos eleitorais, destacando a falta de compreensão sobre sua metodologia. Utilizando o exemplo de uma pesquisa divulgada em Porto Alegre, o autor discute a coleta de dados via redes sociais, a ponderação das amostras e as fontes de dados utilizadas. Apesar das críticas e questionamentos, o texto ressalta a importância da educação política e da transparência nas pesquisas, enfatizando a necessidade de compreender as discrepâncias sem descreditar os resultados.

O conflito e a cooperação surgem da escassez de recursos, como observado no Rio Grande do Sul durante as cheias de maio. A crise resultante da rápida invasão das águas gerou uma crise de legitimidade política, levando a população a cooperar independentemente das instituições públicas. Esse cenário impacta as próximas eleições municipais, com a confiança na liderança local em questão. Nossa pesquisa revelou que a decisão de voto foi significativamente afetada pela confiança na capacidade de reconstrução: 38,9% dos que confiam, 56,6% dos que confiam pouco e 77,4% dos que não confiam. A crise de legitimidade e a desconfiança moldarão o cenário eleitoral, exigindo propostas claras e comprometimento dos políticos para reconquistar a confiança dos eleitores.

O texto discute a atribuição de culpa aos governantes pelos alagamentos em Porto Alegre, destacando a falta de distinção das responsabilidades individuais. Critica a postura dos políticos, que evitam assumir culpa para não parecerem fracos, resultando em uma falta de empatia percebida pela população afetada. Sugere que um pedido sincero de desculpas poderia restaurar a confiança pública e melhorar a governança, influenciando as escolhas eleitorais futuras.