A divulgação exclusiva do 1º Ranking dos Prefeitos da região metropolitana de Porto Alegre, nos levou a algumas descobertas que merecem ser compartilhadas.
A primeira, foi o péssimo desempenho da maioria dos prefeitos avaliados na região metropolitana. Ao total, dos quatorze avaliados, dez receberam uma nota média abaixo de seis pontos. Uma nota baixa para aqueles que tem pretensão de reeleição nas eleições de 2024 e péssima para os prefeitos que encerram seu segundo mandato. A média geral de 5.7 não significa que são governos medianos ou regulares, como a maioria procura interpretar, mas sim a indicação de que algo não vai bem nas administrações destes municípios. Portanto, ao oferecer uma nota baixa aos prefeitos encontramos a sinalização clara de reprovação por parte da maioria dos eleitores das cidades que avaliamos.
Ao chegarmos à nota do Governador Eduardo Leite – PSDB não foi diferente, encontramos, em nove das quatorze cidades, uma nota abaixo de seis pontos, indicando a reprovação do governador. Observei, na divulgação da nota do Governador, que existe uma pequena parcela de eleitores que realmente apoiam o seu governo, porém, para a maioria dos eleitores, a expectativa é baixa, afetada por uma frustação em relação ao futuro do estado e das cidades onde vivem.
Não é diferente com a avaliação do Presidente Lula. Em doze, das quatorze cidades avaliadas, a vitória no segundo turno das eleições de 2022 foi de Bolsonaro-PL. Lula obteve uma nota média de 4.5, portanto, justificar uma média tão baixa somente porque a maioria das cidades votou em Bolsonaro é ser, no mínimo, irresponsável. O eleitor, assim como o fez na avaliação dos Prefeitos e do Governador, anuncia a sua insatisfação com um governo capenga e ineficiente, que é ativo na retórica e ineficaz nas realizações.
Para este eleitor desalentado, inseguro em relação ao seu futuro, e que vive a dura realidade da insegurança alimentar, é necessário urgência! Se, para o Presidente, o tempo é de política, para os cidadãos deste país o tempo é de urgência, e a não percepção desse fato pelo Presidente pode custar a ele e seus apoiadores a próxima eleição.
José Carlos Sauer é formado em Filosofia pela PUC-RS, Pesquisador em Comportamento Político no Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP (Labô) e Diretor no Instituto Methodus. Nos últimos vinte e três anos, orientou políticos, governos e instituições nos Estados do Rio Grande do Sul, Acre, Roraima, Amazonas, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Alagoas, Paraná e Goiás. Linkedin
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