Autor: Paulo Petitinga

Quando o assunto é eleições em capitais ou grandes cidades, tudo fica ainda mais incerto. Há muitos eleitores, distribuídos em áreas extensas, com necessidades variadas. Como também o foco dos políticos em mandato interessados em ampliar sua influência nessas cidades; no caso das maiores cidades brasileiras, inclusive o interesse de presidenciáveis.

Passaram-se quase 30 anos, e sabemos que não estamos evoluídos como determinados países do Norte Global. Houve, inclusive, momentos em que nos questionamos se havíamos involuído. O que se viu (e vê) em noticiários demonstra que não sanamos problemas crassos da formação socioeconômica brasileira. E, ao passo que uma parcela de uma elite político-social discute temas que são tendências globais, velhos problemas continuam castigando a maioria dos brasileiros. Em frases “inocentes” que resumem com exatidão como tomamos o caminho errado da história.

A Internet, especialmente as redes sociais, e a política são dois animais muito diferentes. O fato de unir pessoas em cooperação, nem sempre amistosa ou com fins ao bem comum, pode criar a falsa impressão que estamos falando de espaços com dinâmicas comuns.

Os anos 2000 se iniciam com vagas abertas para coordenadores digitais em comitês eleitorais e gabinetes de congressistas. O próximo passo foi a compra de anúncios no Facebook, mesmo antes da plataforma oferecer uma ferramenta pública para comercialização de anúncios. O céu parecia o limite, mas o inferno se mostrou não tão distante.

O voto evangélico é, antes de tudo, uma escolha de fé. E quando falo em fé, não me refiro à filiação religiosa. É sobre acreditar ser possível transformar a realidade. E olha que curioso: outros tantos votos de pertencimento (em determinados casos, identitários) são baseados nessa mesma premissa onde à escolha do eleitor é a forma (ou mesmo força) que a pessoa tem para mudar sua realidade.

É bom falar bonito, recorrer a termos em inglês — se for em francês, voilà!! — mas é muito melhor ser conciso, claro e compreendido por quem queremos nos comunicar. Fica ainda melhor quando usamos expressões, sotaques e gírias comuns a seus cotidianos. É preciso contar estórias que tenham relação com aqueles que essas pessoas cresceram ouvindo.

Não há regras fixas sobre processos eleitorais: cada país, estado, província ou municipalidade organiza seus pleitos da maneira que convém. E mesmo sendo um curioso sobre o tema, conheço menos do que gostaria, então esclareço que esse não ė um texto sobre legislações eleitorais. É sobre como as eleições são sobre pessoas e suas expectativas, em especial quando falamos de eleições municipais.